A decadência do futebol brasileiro

A consulta ao Google traz inúmeras matérias sobre o tema e todas contêm muitas verdades. É difícil acrescentar alguma coisa. O mais importante e indiscutível, no entanto, é que o nosso futebol nunca apresentou um perfil negativo tão marcante. Ganhou a última Copa em 2002, o último título mundial de clubes em 2012 e faz mais de 15 anos que um jogador brasileiro não figura como melhor do mundo.

Agora em dezembro, o Manchester City mostrou enorme superioridade tática, técnica e física sobre o Fluminense (Campeão da Libertadores), na decisão do Mundial. A goleada só não foi maior porque o City estava desfalcado e ainda poupou alguns jogadores. Pode-se dizer que perdemos uma década no futebol. E não há perspectivas de melhoria, porque tudo continua sendo feito do mesmo jeito. O Brasil estancou.

A seleção está fazendo um péssimo papel nas Eliminatórias, perdendo para Argentina, Uruguai e Colômbia, e empatando com a Venezuela. Várias seleções europeias e sul-americanas têm mostrado que são melhores que a brasileira. A razão maior dessa derrocada reside na falta de profissionalismo e seriedade das pessoas envolvidas.

A CBF e as federações têm, em geral, diretorias eleitas por conchavos políticos e econômicos. Nossos técnicos não se modernizam e a população pensa erradamente que “é só questão de tempo pra melhorar”. Não funciona mais desse modo.

Hoje, as crianças de todo mundo aprendem e praticam os fundamentos do futebol. Verificamos a evolução do esporte em países asiáticos e africanos, que exportam seus ídolos para o caro futebol europeu. Já foi o tempo em que os garotos brasileiros representavam a vanguarda da genialidade futebolística, como Pelé, Ronaldo, Zico, Romário, Ronaldinho, Rivaldo e Cacá. Nos últimos anos, os melhores da FIFA (excetuando Messi) têm sido europeus (Cristiano Ronaldo, Modric e Lewandowski).

Felizmente, alguns clubes brasileiros estão se tornando empresas, negociando imagens e outros direitos, e buscando novos caminhos. É imprescindível que a CBF faça o mesmo, contrate um CEO e profissionalize seus quadros técnicos e administrativos. Talvez, assim, o futebol brasileiro tenha melhor governança e se torne mais competitivo.

Fonte O otimista por  Pierre Barreto é engenheiro, escritor e radialista

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