Ex-procurador diz que guarda revelações bombásticas sobre políticos de AL

Eduardo Tavares afirma que vai revelar o comportamento de 'psicopatas, lobos e chorões'

ex-procurador geral de Justiça e ex-prefeito de Traipu, Eduardo Tavares, causou polêmica ao anunciar que pretende, nos próximos dias, fazer revelações, consideradas por ele como “bombásticas”, que seguramente, como acredita, vão mudar o quadro político de Alagoas. Ele também disse que revelará o comportamento de “psicopatas, lobos e chorões”. O anúncio foi feito, em forma de comentário, a uma postagem do blog do jornalista Ricardo Mota.

As afirmações do membro do Ministério Público Estadual (MPE) foram repercutidas na Assembleia Legislativa Estadual (ALE). Em pronunciamento, o deputado Antônio Albuquerque (PTB) afirmou que Tavares, no mínimo, prevaricou por ter conhecimento de fatos graves (como anunciou) e não ter tomado providências usando as prerrogativas do cargo que exerce.

Tavares afirmou que vai abrir o jogo, sobretudo o que guarda a sete chaves, logo após os efeitos práticos da pandemia contra o coronavírus. E adiantou que, após cumprir com este objetivo, vai pedir proteção federal a ele e à família.

“Digo isto por conhecer o comportamento de alguns indivíduos sedentos de poder. Verdadeiros psicopatas. São lobos em pele de cordeiro. São capazes de cometer falsidades, destruir reputações e são chorões. Não suporto homem público chorão”, escreveu o ex-procurador-geral.

Ele disse que, ao fazer as “revelações incríveis”, pensa que o rumo das próximas eleições municipais e da política no estado de Alagoas vai dar uma verdadeira reviravolta. E adianta que, “de modo geral, a essa altura da vida não tem nada a perder”: “Não tenho medo de quem quer que seja. Essa palavra ‘medo’ não existe em meu dicionário”.

Segundo ele, há, em Alagoas, muitas pessoas “tomando gato por lebre, inclusive o governador”, e “são muitos os perigos dessa vida. As punhaladas estão à espreita. A maldade está a nos rodear”.

Até chegar a este ponto, Eduardo Tavares fez comentários acerca da escolha para o novo procurador-geral de Justiça, que caberá ao governador Renan Filho (MDB). Ele figura na lista tríplice encaminhada ao chefe do Executivo, mas defendeu que o nome mais votado na eleição, o promotor Marcus Rômulo, seja o escolhido.

“É lógico que a escolha do próximo Procurador-Geral de Justiça deverá recair no nome mais votado. Essa tem sido a práxis no Brasil. Onde isso não ocorreu, as gestões desses MPs foram um fiasco. Não haveremos de permitir que a política partidária avacalhe o Ministério Público alagoano. Como já avacalhou, essa é a verdade, doa a quem doer”, destacou.

Ele disse que, caso o governo opte por nomear o candidato do meio (da lista), no caso o procurador-geral de Justiça adjunto, Márcio Roberto, “estará nomeando uma pessoa que tem grande experiência gerencial e está preparado para o cargo, afinal, durante três anos, ele foi o PGJ de fato”, alfineta, em referência à gestão de Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, que renunciou o cargo para concorrer à Prefeitura de Maceió.

Procurado pela reportagem, Tavares não quis aprofundar sobre o conteúdo e as bombas citadas no comentário postado no blog do jornalista Ricardo Mota, mas reafirmou que as revelações em questão serão dadas por ele 20 dias antes do pleito municipal. Já sobre um texto que circula nas redes sociais que é atribuído a ele, o ex-procurador-geral não confirmou se o material é de sua autoria.

Leia abaixo, na íntegra, o texto atribuído ao ex-procurador-geral

Porque se trai?

Eduardo Tavares.

Gente, como sempre tenho me comportado nesses dias de quarentena,  gostaria de fazer uma reflexão sobre algo diferente.  Sobre a traição.  Pois é, sobre a traição. A questão não tem muito  a ver com eleição, com promessa de voto não cumprida. Não! Isso é irrelevante, acontece em todas as eleições, não importa a finalidade do pleito. Nem tampouco falo, aqui, na traição conjugal, nem acerca da mentira e da falsidade, esses comportamentos fazem  parte da vida em sociedade  e existem desde tempos idos, na história da  humanidade.

Essas coisas são pouco importantes para o núcleo do  tema abordado.Falo da traição como forma de rompimento ou violação da presunção da verdade ou da confiança.Em política, por exemplo, a pior traição consiste,  no ato de alguém apoiar um grupo rival, dando as costas aos aliados de tantas jornadas.  Ocorre que traição, via de regra, é perdoada. O marido perdoou a mulher, o político perdoou o eleitor, Jesus perdoou Judas, e assim vai.

A grande questão da traição vai além da punhalada recebida, pelas costas, de quem você considerava amigo. Você perdoa, mas dificilmente confiará, a partir da perfídia, na pessoa do traidor. Diz a sabedoria popular: a perda da confiança é nó que não desata e, quando solta, não se amarra. A maior perda de um homem é a perda da confiança. Quanto mais se mexe no móvel da perda da confiança, pior fica a situação ou o relacionamento, seja famíliar, seja social.

Um amigo me disse, certa vez, que depositou toda sua  confianca em alguém, ajudando-o a subir na vida, a adquirir o respeito das pessoas,  projetando-o publicamente e, para seu espanto, um dia, ao vê-lo, deparou -se, em verdade, com outra pessoa: vaidade acima de tudo, além da soberba.  Mudou o jeito de falar e até de andar e, ao cumprimentar as pessoas, segurava-as pelas mãos,  para evitar uma maior aproximação, já pensou?

Eu mesmo não quero um amigo desses, não! Vade retro!

Queria ser tudo, governador, presidente e até mesmo papa.

Pessoa de pouca cultura, não tinha ela a percepção da realidade, passando a achar que tudo podia e que era a dona da verdade. Pobre coitado! “Triste alma”, me dizia esse velho amigo, “está passando pela vida e não está vivendo”.A ficha não caiu. Ele não percebeu que nada disso é fundamental na vida. E o pior, continuou o amigo, em sua narrativa, “o sujeito  passou a menosprezar a própria  vida, o nosso maior bem. Rodeado de puxa-sacos,  deixou, inclusive, de falar com o seu, outrora, protetor e amigo, que só lhe fez o bem.

Mudou as amizades. Amizade só com os pobres, porque lhe dariam votos, ou com os ricos e poderosos, porque lhe dariam proteção e poder”. Esse cidadão me disse que o comportamento de quem ele julgava ser um amigo, foi a pior forma de traição que sofrera ao longo de sua vida. Como eu já disse em outros textos, o psicopata tinha, ou tem, apenas a parcial capacidade de entendimento e de autodeterminaçãoSeguramente esse tipo de pessoa tem grande dificuldade de se relacionar. Não tem vida social, simula uma boa convivência com os outros, mas, no fundo, não tem o amor de ninguém, pois passou a vida enganando inocentes e  incautos.

E o pior é que esse tipo de gente tem uma enorme capacidade de enganar e de induzir as pessoas a erro sobre o caráter dele. O mundo está cheio de gente assim. São seres desprezíveis. No fundo, são  pobres criaturas, das quais devemos ter apenas dó. Dó e medo,  diante da alta carga maligna que elas carregam no mais profundo do seu ego. Especialistas  no conto da carochinha, mentirosas, violentas, narcisistas, no fundo não gostam de ninguém, apenas delas mesmas. Assim é o traidor nato.

– Pois é, respondi ao meu interlocutor, eu também tive alguns desses falsos amigos. Para alguns deles, coitados, que sobrevivem à base de medicamentos psicotrópicos,  eu desejo a cura, física e moral. Desejo também que eles reconheçam o verdadeiro sentido da vida que é viver. Viver em paz. Viver sendo uma pessoa solidária, viver respeitando a vida humana, viver sem querer ser Deus. Viver com amor.                       Será que haverá um final feliz para essas pessoas enganadoras, antissociais e, às vezes,  tão cruéis? Espero que sim. E devemos perdoá-las, porque são doentes. E sabem. Nós é que fingimos não saber. E por fingirmos, não sabemos perdoar. Se soubéssemos, se assumíssemos o nosso fingimento, não precisaríamos perdoar.

Elas, no fundo, não sabem o que fazem!

Mas estão aí, travestidas de empresários, de agentes públicos e até de políticos, o que é pior, porque, neste último caso, os traídos formam toda uma população. E não perdoam. Mas, você que nos  enganou, você que iludiu pessoas desprevenidas, você que pensa que é uma divindade, em verdade,  não chegará a lugar algum.

Me ocorreu agora a  lembrança de uma parábola, que nos deve fazer refletir sobre os nossos mais variados tipos de relacionamentos e como devemos agir em relação às pessoas, sejam elas boas ou más. Além do mais, a lenda bem se adequa ao texto.  Ei-la: “monge e discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o ‘bichinho’ na  mão. Quando o trazia para fora o ‘bichinho’ o picou, e devido a dor, o monge o deixou  cair no rio. Foi então o monge à margem e, com um galho de árvore, colheu o escorpião e o salvou. Depois o monge, reunido com os seus discípulos, foi indagado: ‘Mestre, deve estar doendo muito, poque foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Veja como ele respondeu á sua ajuda! Picou a mão que o salvara! Não merecia sua compaixão’. O monge, após ouvir com tranquilidade os comentários dos seus discípulos tespondeu: –  ele agiu  conforme   à sua natureza e eu de acordo com a minha”.

Essa é a natureza do traidor. Sempre foi.

Mesmo assim, psicopata, doente mental, depressivo ou sadio, eu  perdoo esse pessoa. Faz bem perdoar. Desejo o seu bem. Eu tenho pena dessa gente. Espero que um dia você, que se encaixa neste singelo texto, consiga ser feliz.

A vida vai, sim, lhe ensinar.

Agora, pense em uma pessoa para encontrar doido em seu caminho? Tomara que não seja carma.

Vai te para lá, ô coisa ruim.

gazetaweb.globo

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