Superintendente fala sobre operação de resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão

O superintendente regional do Trabalho e Emprego em Alagoas, Cícero Filho, deu detalhes sobre a operação de resgate dos 12 trabalhadores rurais de Penedo-AL, que estavam sendo vivendo em situação análoga à escravidão em uma fazenda de café localizada no Espírito Santo.

De acordo com Cícero, a Polícia Militar Espírito Santo foi até o local e confirmou os fatos relatados em vídeo pelas vítimas.

“Durante o atendimento, chegaram ao local Ministério do Trabalho, Polícia Federal e Ministério Público da União. A partir daí, a PF assumiu a ocorrência e fez a condução das partes, sendo 12 pessoas, 11 homens e uma mulher, todos aqui de Alagoas, da cidade de Penedo. Eles tinham chegado ao local há cerca de 12 dias. Os trabalhadores agora estão acomodados em local adequado, onde durante o dia de hoje vão prestar depoimento e todos os procedimentos serão adotados pelo MTE para instruí-los”, disse o superintendente. [O relato completo está disponível em áudio no final desta matéria].

A denúncia que desencadeou a operação de resgate foi feita por meio de um vídeo compartilhado nas redes sociais. Nele, a cozinheira Wagna Silva, de 43 anos, relatou as condições desumanas enfrentadas pelo grupo. Segundo Wagna, os trabalhadores foram enganados sobre as condições de trabalho na fazenda e estavam vivendo em uma situação degradante, dormindo no chão de concreto frio de uma casa insalubre.

“Quando a gente chegou aqui, não tinha café suficiente para se colher, o dono da fazenda está ameaçando a gente, falando que, se a gente for embora, vai reter a documentação da gente e que vai atrás com a polícia”, relatou a cozinheira no vídeo.

Além disso, os trabalhadores afirmaram que estavam enfrentando dificuldades financeiras, pois não possuíam recursos para retornar a suas casas e a dívida só aumentava a cada dia.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) iniciou uma investigação sobre o caso, mas não divulgou mais detalhes para não atrapalhar as investigações em curso. O superintendente Regional do Trabalho e Emprego em Alagoas, Cícero Filho, afirmou estar acompanhando de perto a denúncia e atuando em conjunto com outros órgãos para garantir apoio aos trabalhadores e suas famílias.

“O resgate [dos alagoanos] é de competência do Grupo Móvel do Ministério do Trabalho, um grupo nacional especializado em combater esses tipos de crimes. Estamos acompanhando passo a passo o caso, para dar todo o apoio a esses trabalhadores e seus familiares”, afirmou Cícero Filho.

Fonte  7 segundos
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