Chacina em Arapiraca: o que se sabe e o que falta esclarecer
Vítimas tinham idades entre 15 e 20 anos. Três homens foram presos e deram versões contraditórias do crime.
Quatro jovens foram assassinados e tiveram os corpos jogados em um poço em Arapiraca, Agreste de Alagoas. Três homens foram presos no fim de semana e deram versões contraditórias do crime. A Polícia Civil dá continuidade às investigações nesta segunda-feira (22) para descobrir a real motivação das execuções e a participação de cada um dos presos na chacina.
1. Quem são as vítimas da chacina em Arapiraca?
- Letícia da Silva Santos, 20 anos (irmã de Lucas)
- Lucas da Silva Santos, de 15 anos (irmão de Letícia)
- Joselene de Souza Santos, 17 anos (namorava Lucas)
- Erick Juan de Lima Silva, 20 anos (namorava Letícia)
A mãe dos irmãos procurou a Delegacia Regional de Arapiraca para registrar o desaparecimentos dos filhos e da nora, Joselene. Os corpos foram identificados pela Polícia Científica e liberados para sepultamento no fim de semana. Segundo a perita responsável pelo exame, tatuagens e um aparelho ortodôntico ajudaram na identificação dos dois irmãos.
2. Quem foi preso?
Regivaldo da Silva Santana, conhecido como Giba, foi preso e confessou que matou os quatro jovens com a ajuda de um sobrinho. Natural de Porto da Folha (SE), ele é escultor e atirador desportivo e caçador (CAC). O escultor já produziu imagens sacras para diversos municípios alagoanos.
Outros dois homens, incluindo o sobrinho de Giba, foram presos em Sergipe, no sábado (20). Wesley Santana Sá e Adriano Santos Lima.
Durante depoimento à polícia, a dupla contou que foi obrigada pelo escultor a ocultar os cadáveres das vítimas, assassinadas com tiros na cabeça. Eles negam que tenham participado da execução.
3. O que suspeitos e vítimas faziam juntos no dia do crime?
Segundo a mãe de Letícia e Lucas, os quatro costumavam fazer alguns serviços para Giba, como limpar a piscina da casa e fazer compras quando ele pedia. Giba disse à polícia que no dia do crime levou as duas meninas ao centro de Arapiraca, tiraram dinheiro em uma agência do Banco do Brasil e depois foram a uma pizzaria.
O escultor contou que ao retornar para casa o sobrinho informou que os dois rapazes, namorados das duas meninas, teriam furtado um celular e um equipamento em seu ateliê.
4. Por que os jovens foram mortos?
A versão de Giba é de que as vítimas foram mortas por causa do furto que teria acontecido dentro da propriedade dele. Durante a caçada aos dois jovens, um tiro acidental teria atingido um deles. A partir daí, Giba resolveu executar o outro e as namoradas deles.
A Polícia Civil investiga se essa versão se sustenta. Os outros dois presos em Sergipe contam que estavam na propriedade e ouviram uma discussão entre Giba e os jovens antes do crime.
Segundo eles, as meninas estavam posicionadas no chão da sala e o escultor entre elas e dois rapazes. Eles contam que Giba gritava a todo momento, que estava embriagado e que matou os quatro com tiros na cabeça. Há ainda a informação de que o escultor tem uma personalidade difícil.
5. Como os corpos das vítimas foram encontrados?
O crime foi cometido no dia 13 de abril. Depois que a mãe das vítimas denunciaram o desaparecimento dos jovens, a Polícia Civil abriu as investigações e foi informada por testemunhas de que vários tiros foram disparados da propriedade do escultor.
Ao fazer buscas na propriedade de Giba, os corpos das vítimas foram descobertos na sexta-feira (19), dentro de um poço.
Uma equipe do Corpo de Bombeiros levou quase cinco horas para retirar os quatro corpos, em estado avançado de decomposição, de dentro da cacimba.
6. A polícia ainda busca outros suspeitos do crime?
Giba e os dois sergipanos que estavam foragidos eram os únicos apontados pela Polícia Civil como suspeitos do crime.
7. O que foi achado no local do crime?
Durante a prisão de Giba, a Polícias Civil apreendeu na casa dele 10 armas e uma caminhonete. Os policiais encontraram também duas jiboias, que estavam no banheiro da propriedade e eram animais de estimação do escultor.
Fonte G1/AL fotos arquivo pessoal