Datas previstas para reaplicação de provas dos concursos da Segurança alvos de fraudes são anunciadas

Cancelados após o registro de fraudes generalizadas, os concursos da Segurança Pública de Alagoas devem ocorrer no próximo mês de janeiro. As datas prováveis para reaplicação das provas foram divulgadas nesta quarta-feira (3) pela Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag). A organizadora do concurso continua a mesma, a Cebraspe.

 

No dias 22 e 23 de janeiro, devem ser reaplicadas as provas do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) e da Polícia Militar (PM), respectivamente. Já no dia 30 de janeiro deve ser reaplicada a prova da Polícia Civil. As provas ocorrerão somente em Alagoas, diferente da primeira vez que teve aplicação em Sergipe e Pernambuco, tendo inclusive prisões por fraudes no dia da prova da Polícia Civil aplicada em Pernambuco. De acordo com a Seplag, não serão aceitas novas inscrições.

 

O CANCELAMENTO

O cancelamento das etapas dos três certames foi anunciado na última sexta-feira (29) após diversas denúncias que colocaram em xeque os três concursos da Segurança Pública de Alagoas. Segundo a secretaria, a decisão foi tomada pela impossibilidade de identificar todos os candidatos que se beneficiaram com o crime.

 

No dia 21 de outubro, a Operação Loki cumpriu mandados contra suspeitos de fraudar concursos públicos nos Estados de Alagoas, Pernambuco, Sergipe e Paraíba. À época, a Polícia Civil de Pernambuco cumpriu nove mandados de prisão para suspeitos no Estado e 41 de busca e apreensão somente para Pernambuco.

Ao menos duas pessoas foram presas em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata pernambucana, e foram encaminhadas para Maceió, conforme informaram os policiais alagoanos que participaram da ação no interior do estado.

 

Na Paraíba, foram quatro mandados de busca e apreensão e um de prisão. De acordo com o delegado Diego Beltrão, o homem preso em João Pessoa é um ex-policial militar de Alagoas, suspeito de ser chefe da organização criminosa. Ele já teria sido alvo de outra operação sobre fraude a concursos.

 

De acordo com os delegados Gustavo Xavier e Cayo Rodrigues, os criminosos agiram de duas maneiras: uso de pontos eletrônicos e envio de mensagens para aparelhos celulares. Cada pessoa que contratou os serviços da quadrilha, ainda de acordo com ele, pagou em média R$ 10 mil e pagaria mais R$ 40 mil após a aprovação. O valor variava de acordo com o cargo pretendido.

 

 

O delegado Cayo Rodrigues explicou que a quadrilha colocou integrantes do grupo entre os candidatos. Essas pessoas teriam a responsabilidade de logo sair do local com o caderno de provas. Após isso, um grupo de especialistas começava a responder as questões e enviar as respostas por meio de ponto eletrônico para as pessoas que contrataram o serviço.

 

Xavier detalhou que foram cumpridos 83 mandados de busca e apreensão nos Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Sergipe, além de 12 mandados de prisão preventivas e duas prisões em flagrante no Estado de Pernambuco. Uma das prisões em flagrante foi por tráfico de entorpecentes.

 

Um ex-policial militar de Alagoas foi preso, suspeito de ser o chefe da organização criminosa. O homem preso em João Pessoa, identificado como Flávio Luciano Nascimento Borges, de 38 anos, já havia sido alvo da Operação Gabarito, na Paraíba, ação que desarticulou uma organização criminosa suspeita de fraudes em concursos públicos municipais, estaduais e federais.

Conforme a Polícia Civil da Paraíba, o suspeito montava uma banca de especialistas em cada matéria do concurso correspondente e, por meio de um ponto eletrônico, passava todo o gabarito da prova.

 

O QUE DIZ A SEPLAG

A Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio decidiu cancelar as fases já realizadas de três concursos da Segurança Pública, após o resultado da primeira fase da Operação Loki, deflagrada pela Polícia Civil.

 

A investigação constatou a atuação de um esquema nacional criminoso, que estaria agindo contra a lisura não só das provas da PMAL, mas também de outros dois certames: o da Polícia Civil e o do Corpo de Bombeiros Militar do Estado.

 

“Dada a extensão da fraude, os resultados preliminares da investigação em andamento deixam clara a impossibilidade da plena identificação de todos os que se beneficiaram com o crime, de forma que impede a exclusão apenas dos envolvidos no esquema, conforme preveem os itens 15.27 e 15.28 do edital:

 

 

15.27 – Se, a qualquer tempo, for constatado, por meio eletrônico, estatístico, visual, grafológico ou por investigação policial, que o candidato se utilizou de processo ilícito, suas provas serão anuladas e ele será automaticamente eliminado do concurso público.

 

15.28 – O descumprimento de quaisquer das instruções supracitadas constituirá tentativa de fraude e implicará a eliminação do candidato do concurso”.

Fonte: Gazetaweb

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