Salário-base do professor de AL pode ter aumento de até 50%
A Secretaria Planejamento e Gestão do Estado lançou nessa sexta-feira (11/6) um edital para a contratação através de concurso público de 1,2 mil profissionais da área de Saúde (veja aqui). O secretário Fabrício Marques Santos trabalha com sua equipe para lançar outro edital ainda maior até o final deste mês.
“Estamos finalizando o processo para fazer um concurso para a contratação de 3 mil professores para a rede estadual de ensino”, adianta Fabrício. As vagas serão abertas para todas as áreas, especialmente de exatas.
A realização de concursos com tantas vagas assim não era realizado em Alagoas há mais de 20 anos. As vagas abertas na Saúde e na Educação vão ajudar, por exemplo, a equilibrar o AL Previdência, na medida em que novos contribuintes entrarão na base do sistema previdenciário.
Mas há um problema a ser considerado em concursos como esses, abertos para profissionais de todo o país: a dificuldade de retenção de pessoal – literalmente. Alguns exemplos recentes devem ser levados em conta. É o caso de Adeal e Uncisal. Os baixos salários levaram muitos dos aprovados a não assumir as vagas. E entre os que assumiram, muitos já deixaram os órgãos para trabalhar em outras instituições ou empresas que pagam melhor.
A Educação de Alagoas, reconhece Fabrício Marques, tem uma média salaria baixa – entre as dez menores do país.
Hoje o salário-base de um professor do Estado com 40 horas é de R$ 3.245,27. A maioria dos professores, no entanto, tem apenas 20 horas, com remuneração inicial de pouco mais de R$ 1,6 mil.
O governo do Estado reconhece que a remuneração dos professores, defasada ao longo dos anos, precisa melhorar. Renan Filho chegou a anunciar uma bolsa de R$ 1,5 mil por professor que quiser entrar num programa de mentoria e acenou com a possibilidade de um reajuste salarial a partir de janeiro de 2022.
Este ano, segundo o governo, não pode ser dado aumento em função da Lei Complementar 173 (veja abaixo).
Fabrício Marques confirma que a Seplag conduz estudos para melhorar a remuneração dos professores. E vai aproveitar tornar o concurso que será realizado ainda este ano mais atrativo. O objetivo é estimular a retenção de talentos – literalmente. A estratégia será dar um aumento maior no salário-base, que pode ter um reajuste entre 40% e 50%, enquanto as faixas finais terão um reajuste menor. O aumento somado com a bolsa, aponta Santos, pode levar o professores da rede estadual a dobrar de salários em alguns casos.
A seguir, destaco os principais pontos da entrevista que fiz com Fabrício Marques Santos por telefone
– “Vamos fazer concurso para professor com 3 mil vagas. O edital sai em junho”.
– “Vamos substituir quase todos os monitores. Nosso quadro será quase todo efetivo” –
Hoje o Estado tem cerca de 4,12 mil monitores na Educação).
– “O Estado vai aumentar salário-base do professor a partir de primeiro de janeiro. A ideia é aprovar este ano com efeito a partir de janeiro”.
– “Na verdade esse reajuste é baseado num diálogo com o sindicato (Sinteal) que era mantido permanentemente e foi suspenso em função da pandemia. A gente tinha tinha mais ou menos um esboço dialogado com sindicato antes da pandemia. À luz dos novos números avançamos na reforma previdência e nas próximas semanas vamos avançar com os professores”.
– “Um dos grandes objetivos é valorizar o servidor para ter mais engajamento, reter o professor aqui. Imagina fazer um concurso dessa dimensão e não ter sálario que se mantenha o professor aqui…porque vem muita gente de fora!.
– “O governo vai melhorar o salário-base do professor e tem tudo para que aprove a lei tendo um dos melhores salários-bases do Brasil”.
– “O reajuste será maior na base, porque o professor o professor dá um salto 32% no final da carreira. Não faz sentido aumentar na mesma proporção quem tá saindo. O salário-base maior vai ajudar a reter o professor”
– “Vamos corrigir essa questão (o concurso anterior foi feito por gerência regional, deixando de fora muitos concursados, mesmo com vagas abertas em outras Geres), permitindo que o professor possa ir para outra regional se houver vaga e se ele tiver nota para isso”.
– “Faremos grande concurso com muitas vagas na área de exatas. Além desse ter um dos melhores salários-bases do Brasil, vamos trabalhar num projeto que sinaliza a valorização para retenção e atração de quadros. Vamos criar um programa de mentoria, em que professores cuidarão de grupos jovens que tem maiores riscos evasão escolar. Ele pode também se inscrever para ser mentor. Será uma oferta ampla. Se todos tiverem interesse, teremos vagas para todos eles. Muito forte o programa para o futuro da educação”.
Edivaldo Júnior