“PROVAS SERÃO APRESENTADAS NO MOMENTO OPORTUNO”, DIZ MORO SOBRE DENÚNCIA

Em entrevista à revista Veja, o ex-ministro da Justiça reforçou as acusações que fez contra o presidente Jair Bolsonaro e disse que irá apresentar provas ao Supremo Tribunal Federal para validar as denúncias.

“As provas serão apresentadas no momento oportuno, quando a Justiça solicitar”, declarou Moro à publicação, alegando que tem como comprovar a tentativa de interferência de Bolsonaro na Polícia Federal. As supostas investidas do presidente seriam, segundo Sergio Moro, o motivo para a saída dele do Ministério da Justiça, anunciada no último dia 24. O estopim para o rompimento com o Governo Bolsonaro foi a demissão do ex-diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, contrariando a vontade do então ministro.

O magistrando ainda completou “Não posso admitir que o presidente me chame de mentiroso. Ele [Jair Bolsonaro] sabe quem está falando a verdade”.

À publicação, Sergio Moro argumentou que abandou 22 anos de magistratura para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública, por acreditar que teria apoio de Bolsonaro para executar medidas de combate à corrupção. A iniciativa, porém, segundo o ex-juiz, ficou apenas nas promessas de campanha.

“Sinais de que o combate à corrupção não é prioridade do governo foram surgindo no decorrer da gestão. Começou com a transferência do Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras] para o Ministério da Economia. O governo não se movimentou para impedir a mudança. Depois, veio o Projeto Anticrime”, lembrou Moro.

O ex-ministro também ressaltou que, apesar de o Executivo nunca ter negociados cargos em troca de apoio no Congresso, prática apontada por Bolsonaro como “velha política”, ele havia observado uma atual aproximação do governo com políticos, nas palavras dele, de “histórico não positivo”.

Um inquérito foi aberto pelo Supremo Tribunal Federal para apurar as acusações do ex-juiz da Lava Jato contra o presidente. O relator, ministro Celso de Mello, pediu que o depoimento de Moro seja detalhado e que tenha como base indícios materiais. “Manifestação detalhada sobre os termos do pronunciamento, com a exibição de documentação idônea, que eventualmente possua acerca dos eventos em questão”, escreveu o ministro do STF na decisão. O Supremo também estipulou um prazo de cinco dias para que a Polícia Federal ouça o ex-ministro.

sbt

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