Pressão continua e já fez o governador flexibilizar o isolamento social

Está difícil para o governador Renan Filho resistir à pressão cotidiana de setores do empresariado.
Alguns líderes da economia local, com mais acesso ao Palácio República dos Palmares, têm insistido que o governo do Estado precisa abrir geral, sob o argumento de que o coronavírus – creiam – é potencializado pela mídia ou é apenas “uma gripezinha”.
Está claro: esses personagens se guiam por redes sociais específicas, tão próprias desses tempos, de negação, alimentadas pela Aliança de Avestruz – termo cunhado no Brasil por Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da Fundação Getúlio Vargas, e que ganhou o mundo.
O detalhe importante, nesse caso, é que alguns dos empresários mencionados têm linha direta com o governador, que até já liberou o funcionamento de alguns setores – sem explicar bem os critérios que seguiu – para tentar baixar a pressão.
Está evidente, até pelo episódio que exigiu a intervenção do MPT – no caso do SAMU -, que Alagoas não está preparado para lidar com um agravamento da epidemia.
Aliás, nenhum estado brasileiro apresenta condições para esse enfrentamento.
Que o governador dê voz ao seu corpo técnico, formado por gente preparada, qualificada, capaz de explicar com clareza a esses setores da economia – à população em geral -, por que é preciso manter o isolamento agora.
A decisão do governo há de ser sempre política – no bom sentido -, mas precisa e não prescinde do amparo científico necessário.
O obscurantismo é inimigo da humanidade e não pode triunfar.
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