Polícia Federal fecha acordo de delação com Sérgio Cabral

Polícia Federal firmou um acordo de delação premiada com o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Preso na Operação Lava-Jato, Cabral se comprometeu a devolver R$ 380 milhões obtidos por meio de propina nos últimos anos. Ele está detido desde 2016 e já foi condenado 30 vezes, sendo que suas penas, somadas, chegam a 267 anos de prisão.

O termo de colaboração com as autoridades foi enviado ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação sobre a realização do acordo foi publicada pelo jornal O Globo, e confirmada pelo Correio junto a fontes na PF do Rio de Janeiro. Cabe a Fachin homologar ou não o contrato que concede redução de pena para o ex-chefe do Executivo carioca, a depender das revelações que forem feitas por ele.

A delação foi assinada pela Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF. Os termos não definem de forma imediata qual será a redução da pena e quando o colaborador poderá deixar a cadeia. Para conseguir qualquer benefício, além de detalhar sua participação e de outras pessoas em esquemas de corrupção, Cabral deve apresentar documentos e materiais que comprovem sua versão.

Consultado pelo Supremo, o procurador-geral da República, Augusto Aras, foi contra a assinatura da delação. Aras justifica que Cabral ocultou informações durante as negociações com a PF no Rio. O Ministério Público aponta que Cabral é chefe de uma organização criminosa montada para desviar recursos públicos, o que impede que ele faça esse tipo de negociação com as autoridades de investigação.

Além de citar outros políticos que teriam participado de seu esquema, Cabral narra contatos com ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Essas informações seria suficientes para iniciar uma nova linha de investigação da Lava-Jato, com foco em integrantes do Poder Judiciário.

msn

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