Leia na íntegra a ata da acareação de Mauro Cid e Braga Netto realizada nesta terça, 23, no STF
A sessão foi realizada na sala de audiências do STF, em Brasília, e durou cerca de uma hora e meia

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), conduziu nesta terça-feira (24) uma audiência de acareação no âmbito da Ação Penal 2668, que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. Foram colocados frente a frente o tenente-coronel Mauro Cid, delator e colaborador no processo, e o general da reserva Walter Braga Netto, um dos réus na investigação.
A sessão foi realizada na sala de audiências do STF, em Brasília, e durou cerca de uma hora e meia, seguida por uma segunda acareação que teve duração de pouco mais de uma hora. Além do relator da ação, Alexandre de Moraes, também participaram da audiência o ministro Luiz Fux e o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Os envolvidos estiveram acompanhados por seus advogados de defesa.
Cid detalha entrega de dinheiro; Braga Netto nega
Durante a acareação, Mauro Cid reafirmou que recebeu uma quantia em dinheiro entregue pelo general Braga Netto. Segundo o tenente-coronel, o valor teria sido repassado em uma sacola de vinho, e ele estimou a quantia com base no peso da sacola.
Cid relatou que a entrega do dinheiro teria sido consequência de negociações iniciadas em uma reunião na casa de Braga Netto, realizada em 12 de novembro de 2022. O encontro teria ocorrido no contexto da tentativa de reverter o resultado da eleição presidencial de 2022, vencida por Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o delator, ele deixou essa reunião antes do fim, mas os diálogos sobre a empreitada golpista teriam prosseguido entre os demais participantes.
O general Braga Netto, por sua vez, negou categoricamente as acusações e reiterou sua versão de que “jamais entregou qualquer quantia em dinheiro” a Mauro Cid.
Procedimento busca esclarecer versões contraditórias
A acareação é um procedimento jurídico utilizado para esclarecer contradições entre depoimentos, especialmente em casos complexos com múltiplos envolvidos. Como explicou o ministro Moraes, réus não têm obrigação legal de dizer a verdade, ao contrário das testemunhas.
O conteúdo dos depoimentos será analisado pelo STF no conjunto das provas reunidas na investigação. A Ação Penal 2668 faz parte do esforço do Supremo em apurar os eventos que sucederam as eleições de 2022, incluindo atos antidemocráticos e suspeitas de articulação de golpe de Estado.
Leia a íntegra da ata da acareação de Mauro Cid e Braga Netto
Fonte Informa Alagoas P/ Roberto Lopes