Ameaças contra escolas viraram epidemia em Alagoas, diz delegado

Os dois ataques recentes contra estabelecimentos de ensino no Brasil provocaram uma onda de ameaças em Alagoas, classificadas como uma verdadeira epidemia pelo delegado Sidney Tenório, da Divisão Especial de Investigação e Capturas (DEIC), da Polícia Civil (PC).

Em entrevista ao Jornal da MIX, na Rádio MIX 98.3 FM, na manhã desta terça-feira (11), ele informou que se tratam de casos reais e de difusão, quando as pessoas decidem compartilhar informes que sequer aconteceram no Estado ou que não são verdadeiros.

Para todos estes relatos, o delegado garantiu que a Secretaria de Segurança Pública (SSP) tem se desdobrado para checar a veracidade e monitorar os suspeitos, a exemplo da identificação dos autores das ameaças contra a Escola Estadual Doutora Eunice de Lemos Campos, no Benedito Bentes. Eles foram ouvidos e liberados, em seguida.

“O fato é que, em Alagoas, não se tinham registros de ameaças de ataques contra escolas, até quando aconteceram estes casos em São Paulo e Santa Catarina, em um curto espaço de tempo. Agora, estamos diante de uma epidemia, gerando um clima de pânico no Estado, na comunidade escolar e entre os pais e responsáveis”, destacou Sidney Tenório.

Ele acrescentou que todos os casos estão sendo tratados como potenciais e estão sendo devidamente checados, sendo arriscado, no momento, tratá-los como brincadeiras de mau gosto. E revelou que algumas pessoas estão fazendo recortes de situações ocorridas em localidades distantes, mas que acabam sendo tratadas como fatos locais.

“Felizmente, as empresas de tecnologia norte-americanas, como a Meta, são ágeis quando a polícia brasileira informa que está investigando algum caso de ameaça contra a vida, já que pode ser enquadrado como risco de atentado terrorista. Por outro lado, estamos nos organizando diante deste volume grande de denúncias. Não temos efetivo suficiente para mandar um segurança para cada escola e nem para monitorar cada postagem feita nas redes sociais em tom ameaçador”, informa.

O delegado confirma que os mecanismos de segurança e de rastreamento da internet, atualmente disponibilizados pelas empresas de tecnologia e inteligência artificial, têm facilitado o trabalho de investigação da polícia. Os dados e as pesquisas feitas no aparelho celular, por exemplo, ficam registrados e, mesmo apagados pelo usuário, podem ser monitoradas posteriormente.

Ele defende mudança na legislação para, no mínimo, qualificar as ameaças. Atualmente, em casos assim, diante de um crime classificado como de menor potencial ofensivo, a polícia confecciona um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), obrigando os delegados a fazer ‘ginástica’ para tipificar os crimes.

“Ainda assim, estamos investigando tudo, nos empenhando para identificar os possíveis autores destas ameaças, e a orientação que damos é que a direção das escolas faça contato com a polícia em casos de ameaças identificadas. A polícia vai agir de maneira a identificar a autoria e agir repressivamente, se for necessário”, ressaltou Sidney Tenório.

A SSP informou que instituiu monitoramento permanente das prováveis ameaças em escolas de Alagoas, mobilizando equipe técnica para rastrear as redes sociais e identificar os suspeitos.

DP C/GazetaWeb

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