Morte de alagoana nos EUA: Itamaraty diz que não há previsão para custear traslado de corpo de modelo
Cerca de um mês após descobrir a morte de Gleise Graciela Firmiano, de 30 anos, a família da modelo alagoana ainda não conseguiu trazer o corpo dela para o Brasil. A angústia dos parentes, desde o início de fevereiro, se mistura à indefinição sobre o traslado do corpo. O Governo brasileiro foi contatado pelos familiares, mas até o momento não há previsão de data.
Gleise Graciela Firmiano era natural de Penedo, região do Baixo São Francisco, em Alagoas, e foi morta por um policial nos Estados Unidos, país onde morava há oito anos, no dia 30 de janeiro deste ano. Cleane Firmiano, a irmã da vítima, disse que só foi avisada pela polícia americana 10 dias depois.
De acordo com a família, um pedido de ajuda foi feito ao Governo Federal para que ele custeie o traslado, porém, segundo os parentes, nenhum e-mail foi respondido pelo Itamaraty. O valor mínimo encontrado para trazer o corpo de Gleise para o país seria de R$ 72 mil.
O TNH1 entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores do Governo Federal no início desta tarde e o Itamaraty respondeu que o Consulado-Geral do Brasil, em Los Angeles, prestou assistência aos familiares da modelo, em relação aos tratados internacionais vigentes e com as leis locais. O Ministério também destacou que não há previsão regulamentar e orçamentária para custear o traslado com os recursos públicos.
Leia abaixo:
“O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Los Angeles, prestou a assistência cabível aos familiares da nacional brasileira, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local.
Em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, os consulados brasileiros poderão prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com autoridades locais e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito. Não há previsão regulamentar e orçamentária para o pagamento do traslado com recursos públicos.
Em observância ao direito à privacidade e ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, informações detalhadas poderão ser repassadas somente mediante autorização dos familiares diretos. Assim, o MRE não poderá fornecer dados específicos sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros.
O caso – A modelo Gleise Graciela Firmiano, de 30 anos, foi assassinada por um policial nos Estados Unidos. Uma irmã da modelo, que reside em Sergipe, conversou com uma emissora local na última segunda-feira (13) e contou como tudo teria acontecido. Cleane Firmiano disse que a modelo morreu no dia 30 de janeiro, mas que ela só foi avisada pela polícia americana 10 dias depois.
“O policial disse que minha irmã foi assassinada na Califórnia pela própria polícia. Segundo ele, ela teve uma briga com o namorado, pegou o carro e o cachorro e saiu de casa armada. O namorado chamou a polícia pedindo ajuda, os policiais encontraram ela perto de uma árvore próxima ao carro e ao cachorro. Quando os policiais chegaram, ela botou a mão na arma e os policiais atiraram. Esse foi o relato do policial ao telefone”, disse. Mas a versão da polícia não convenceu a família, que tentou saber mais detalhes com o namorado da jovem. Os dois moravam juntos há dois anos. “Perguntei a ele, porquê ele tinha chamado a polícia. Ele disse que ficou com medo de que ela fizesse uma besteira”, contou Cleane.
DP C/ TNH1