Um estudo publicado em 2021 relata que a bariátrica, além de ajudar na perda de peso, pode proteger o fígado. O trabalho avaliou um grupo composto por cerca de 1.100 pacientes que tinham uma grave doença hepática gordurosa e que foram submetidos à cirurgia.
O resultado foi muito positivo. Além de perderem peso, os participantes reduziram o risco de gordura no fígado em quase 90%.
Dentre os 650 pacientes que foram submetidos à cirurgia, apenas cinco desenvolveram algum problema relacionado à gordura no fígado, enquanto dos 508 que não foram submetidos ao procedimento, 40 desenvolveram problemas.
Os pacientes avaliados durante o estudo também apresentavam risco menor de doenças cardiovasculares. Eles tinham 70% menos probabilidade de sofrer derrame ou insuficiência cardíaca ou morte de doença cardíaca.
De acordo com o diretor do Instituto Bariátrico e Metabólico da Clínica Cleveland, dr. Ali Aminian, principal autor do estudo, o impacto foi causado sobretudo pela drástica perda de peso.
“A obesidade é o principal fator do fígado gorduroso. O excesso de gordura deflagra inflamação, o que leva à cirrose. Quando um paciente perde peso, a gordura sai de todos os lugares, inclusive do fígado; a inflamação relacionada e parte do tecido cicatricial pode se reverter e melhorar”, explicou o especialista.
RISCOS DA CIRURGIA
Assim como quaisquer procedimentos cirúrgicos, na bariátrica também é possível ter complicações. Porém, o risco de óbito é considerado baixíssimo – 0,2% a 0,5%, o que representa de 2 a 5 mortes entre 1.000 cirurgias -, o que torna ainda menor quando o paciente passa por acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.
PELO SUS
De acordo com o Ministério da Saúde, estão aptos a cirurgia pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 50kg/m2, independente da presença de comorbidades; pessoas com IMC entre 35 e 40 kg/m2 com comorbidades; e indivíduos com IMC entre 30 e 35 kg/m2 na presença de comorbidades que tenham obrigatoriamente a classificação grave atestada por um médico.
Para ser submetido à cirurgia pelo Sistema Único de Saúde, o usuário deve procurar a Unidade Básica de Saúde de referência e ter esgotado as possibiliades de tratamento clínico da obesidade – com medicamentos e alterações comportamentais – e cumprir os requisitos impostos pelo Ministério da Saúde.
Depois disso, a pessoa será encaminhada para o preparo pré-operatório, que inclui acompanhamento psicológico, nutricional e avaliação médica com especialistas. O tempo de espera varia a depender da cidade ou estado.
O tempo de recuperação, no caso da cirurgia minimamente invasiva, costuma ser de de quinze dias, e é fundamental que o indivíduo siga todas as instruções da equipe e do seu nutricionista que, no início, indicará uma dieta líquida, evoluindo gradualmente para pastosa, com alimentos cremosos e depois sólida, com comidas mais consistentes.
DP C/ 7 Segundo