Arthur Lira já é a liderança política nacional mais importante de Alagoas
É inegável: o presidente da Câmara Federal, que deve ser reeleito com folga hoje, revelou grande talento para o que se conhece como ‘realismo político’, território onde vigora a escola do consequencialismo.
A ascensão de Arthur Lira não aconteceu do dia para a noite. Foi uma construção ao longo dos últimos dez anos, período em que bebeu da sabedoria de Eduardo Cunha, mas aprendeu a não lhe repetir os erros.
Aliado fiel de Bolsonaro, foi dado como fora do jogo, logo após a vitória de Lula, e soube convencer o petista, em pouco tempo, que poderia fazer parte do novo governo se mantendo no mesmo lugar onde já estava (e estará nos próximos dois anos).
Lira fala a língua do Homo politicus, um dialeto próprio do meio, incompreensível para o cidadão comum, o que paga impostos e reclama muito sempre que passam as eleições.
Hoje, é inegável, ele se tornou a maior liderança política nacional de Alagoas, condição que já foi assumida por Teotônio Vilela (o pai), que marcou a história política nacional na luta pela Democracia e pela Anistia; por Collor, o primeiro presidente pós-ditadura, com mandato marcado pelo sequestro da poupança; por Renan Calheiros, de rara resiliência frente às muitas denúncias que teve de enfrentar.
Lira, assim como seu antecessor local, descobriu que não precisa ser admirado e conquistar a simpatia popular para chegar lá – há atalhos para se seguir.
O cetro mudou de mão (só não sabe até quando,)
Ricardo Mota – Cadaminuto- foto Folhapress