‘Junte eu e o Mandetta e divida por dois’, pede Bolsonaro a Teich
O presidente Jair Bolsonaro pediu nesta sexta-feira (17) para que o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, some ele e o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e “divida por dois” para chegar ao resultado que “interessa” ao país no combate à pandemia do novo coronavírus.
Bolsonaro deu a declaração durante a posse de Teich, oncologista que substitui Mandetta, demitido por divergir do presidente sobre as ações de enfrentamento à Covid-19.
O presidente repete em seguidos discursos que a economia também precisa ser levada em conta e incentiva a retomada das atividades comerciais, flexibilizando o isolamento social adotado por estados e municípios.
“Junte eu e o Mandetta e divida por dois. Pode ter certeza que você vai chegar naquilo que interessa para todos nós. Não queremos vencer a pandemia e daí chamar o doutor Paulo Guedes para solucionar as consequências de um povo sem salário, sem dinheiro e quase sem perspectiva em função de uma economia que a gente vê que está sofrendo vários revezes”, disse Bolsonaro.
Na cerimônia de posse, o novo ministro da Saúde afirmou que terá “foco na pessoas” e que fará um trabalho de parceria com estados e municípios para conter o coronavírus.
A troca no comando da pasta ocorreu em meio à pandemia vírus. Até esta quinta-feira (16), o Brasil já havia confirmado 30.891 casos da covid-19 e 1.952 mortes provocadas pela doença.
“Acompanhar diariamente a evolução em cada estado e município de como está evoluindo a covid-19 e outros problemas que possam estar relacionados à saúde. Trabalhando com os estados, com os municípios para que a gente consiga ter uma agilidade na solução de problemas que vão surgir. Você tem que analisar todo dia o que está acontecendo, fazer planejamento e executar”, afirmou Teich.
Abertura de comércio e fronteiras
O presidente afirmou que corre “risco” ao defender a retomada do comércio no país, porém acredita que essa é a medida correta para lidar com o combate ao coronavírus e ao desemprego.
“Essa briga de começar a abrir para o comércio, é um risco que eu corro, porque se agravar vem para o meu colo. Agora, i que acredito, o que muita gente já esta tendo consciência, tem que abrir”, afirmou.
Bolsonaro também defendeu a reabertura das fronteiras, fechadas para conter o avanço do contágio pelo novo coronavírus.
“Conversei com o ministro Moro agora há pouco sobre fronteiras. Tenho a minha opinião, que a gente vai conversar com mais ministros. Começar a abrir as fronteiras”, disse.
O presidente deu como exemplo Paraguai e Uruguai, que possuem fronteira seca com o Brasil.
“A gente pergunta: por que está fechado para o Paraguai? Se é uma fronteira seca que não temos como fiscalizá-la? Eu acredito que quando for escrever alguma coisa, é para ser cumprido. A mesma coisa no tocante ao Uruguai. Isso a gente vai tendo informações e vai decidindo”, declarou.
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