Violência psicológica e ciúmes por plantões: o que a polícia apura no feminicídio da enfermeira Ana Beatriz

A investigação sobre o feminicídio da enfermeira Ana Beatriz, em Penedo, revela que, mesmo sem registros formais de agressões físicas anteriores, a vítima vivia sob um contexto de violência psicológica, um tipo de abuso silencioso.

De acordo com o delegado Flávio Dutra, responsável pelo caso, familiares e pessoas próximas informaram que o casal mantinha uma postura reservada e que não havia histórico conhecido de agressões físicas ou denúncias de violência doméstica. No entanto, depoimentos colhidos pela Polícia Civil apontam para desavenças verbais recorrentes, motivadas principalmente pelo ciúme excessivo do companheiro em relação aos plantões noturnos da enfermeira.

Segundo relatos, Ana Beatriz chegou, em algumas ocasiões, a trocar escalas de trabalho para evitar conflitos dentro de casa. Em outras situações, porém, ela não conseguia alterar os plantões, o que acabava gerando novos conflitos.

O delegado destacou que a ausência de agressões físicas não significa a inexistência de violência. “Existem vários tipos de violência e estamos diante de uma violência psicológica”, afirmou. Esse tipo de abuso se manifesta por meio de controle, ciúmes excessivos, cobranças constantes, intimidação e pressão emocional, afetando diretamente a saúde mental e a autonomia da vítima.

As investigações também avançam sobre os momentos posteriores ao crime. Vizinhos relataram ter ouvido uma discussão seguida de um disparo de arma de fogo. Amigos do suspeito informaram à polícia que, após o crime, ele teria ido a um bar, onde confessou o que havia feito e tentou tirar a própria vida com um disparo de arma de fogo. Impedido pelos amigos, ele deixou o local em alta velocidade, perdeu o controle do veículo e colidiu contra um poste.

Na residência do casal, a polícia encontrou armas e munições. O suspeito, um policial militar, se apresentou posteriormente à Polícia Civil, e o caso segue em investigação.

Fonte TNH1

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