Enquetes eleitorais no Instagram servem apenas para inflar o ego de políticos

O Instagram tornou-se palco frequente de enquetes eleitorais promovidas por páginas de ‘notícias’. Contudo, é importante questionarmos: essas enquetes refletem as tendências eleitorais ou servem apenas para inflar o ego?

Ao primeiro olhar, as enquetes no Instagram parecem oferecer um meio acessível e instantâneo para sondar a opinião pública. No entanto, uma análise mais crítica revela que tais enquetes são, em grande medida, exercícios de futilidade, mais preocupadas em reforçar a imagem pública dos políticos do que em coletar dados eleitorais significativos.

O ambiente controlado e altamente curado do Instagram, onde os seguidores geralmente espelham as inclinações políticas de quem seguem, cria uma câmara de eco que distorce qualquer tentativa de medição imparcial da opinião pública. Isso é exacerbado pelo fenômeno da “militância digital”, que mobiliza seguidores não apenas para apoiar, mas para ativamente participar dessas enquetes, garantindo uma resposta desproporcionalmente favorável ao político em questão.

Mais preocupante ainda é a dinâmica de patrulha que se desenrola nos bastidores dessas enquetes. Muitos participantes se veem coagidos a votar em linha com as expectativas de seus círculos sociais, motivados pelo medo de retaliação. Este comportamento sugere que, longe de serem ferramentas democráticas de engajamento, as enquetes no Instagram podem tornar-se instrumentos de manipulação.

As urnas, por sua vez, revelam frequentemente uma realidade muito diferente daquela pintada pelas redes sociais. O sigilo do voto proporciona ao eleitor a liberdade de se desvincular das pressões observadas nas plataformas digitais, resultando em resultados eleitorais que frequentemente surpreendem aqueles que confiaram cegamente nas métricas das redes sociais.

Em suma, as enquetes no Instagram podem até servir para massagear o ego de políticos e criar a ilusão de popularidade, mas falham em capturar a complexidade e a veracidade das intenções de voto do eleitorado. A realidade política é muito mais rica e imprevisível do que a superficialidade das redes sociais pode apreender.

Fonte Cadaminuto C/ coluna do Lininho

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