Com novo slogan, governo ajusta estratégia para incluir religiosos

Governo espera alcançar o máximo de religiosos possíveis

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passa por momento de ajustes e novidades na comunicação após queda de popularidade nas pesquisas de opinião, em março. Nas viagens da última semana, o chefe do Executivo reforçou, especialmente, as falas para o eleitorado religioso e teceu elogios aos ministros ligados aos estados visitados.

As mudanças vão ao encontro das estratégias traçadas desde a primeira reunião ministerial deste ano, na qual ficou decidido que os ministros deverão ficar responsáveis por explicar suas entregas à população, com ênfase nos resultados positivos e no impacto do dia a dia. Além disso, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) lançou novo slogan: “Fé no Brasil”.

Sem especificar uma fé, o governo espera alcançar o máximo de religiosos e interpretações possíveis da palavra.

Na terça-feira (2), no Rio de Janeiro, o presidente falou sobre a importância das igrejas no crescimento do PT: “A qualquer cidade que eu ia que não tinha o PT, tinha uma casa paroquial. E, se tivesse um padre progressista, e tivesse uma comunidade, nós criávamos o PT lá. Foi assim que o PT se transformou no partido mais importante da esquerda da América Latina”.

Já na quinta-feira (4), desta vez em Arcoverde (PE), Lula recheou o discurso de referências religiosas, perguntando se o público acreditava em Deus e em milagres. “Deus não é mentira, é a verdade, e não pode usar em vão como eles usam todo santo dia”, ressaltou.

Outro movimento nesse sentido é a orientação para que os ministros e o próprio Lula foquem em temas pacificados, ao invés de polêmicos. Na educação, por exemplo, é preferível falar dos benefícios da escola em tempo integral em vez do novo ensino médio, assunto de discussão entre Executivo e Legislativo.

As estratégias devem ser aplicadas às visitas do presidente e dos titulares das pastas a outros municípios, tendo em vista o ano eleitoral e o momento no qual o PT tenta articular participação em chapas competitivas, como funcionou em São Paulo, na união de Guilherme Boulos, do PSol, com Marta Suplicy, que se filiou novamente à sigla petista neste ano.

Desaprovação

Uma pesquisa da Quaest, divulgada no início de março, apontou aumento da desaprovação de Lula entre os evangélicos – o índice chegou a 62%.

Em comparação com o levantamento anterior, de dezembro, a rejeição ao trabalho do presidente dentro desse público avançou 6 pontos percentuais, indo de 56% para 62%. Já a aprovação recuou 6 pontos percentuais, variando de 41% para 35%.

Entre os entrevistados católicos, Lula teve aprovação de 58% e reprovação de 39%.

Fonte Gazetaweb

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