Contra Lula, Michelle faria mais gente votar válido do que Bolsonaro
Testado em sondagem do Paraná Pesquisas, o nome do Michelle movimenta mais o eleitorado feminino. E ela quase empataria com Lula em 2º turno
Se a eleição presidencial fosse hoje, e não é, você aí que acha que teve o suficiente de Lula, o inelegível estaria empatado com o atual presidente, com insignificante vantagem de 0,1%, de acordo com o Paraná Pesquisas. Jair Bolsonaro teria 41,7% e Lula, 41,6%. Só para lembrar: em pesquisas, a diferença não quer dizer nada; em disputa eleitoral, ela elege. O marido de Michelle, no entanto, a tem como ativo.
Como Jair Bolsonaro não será candidato, o instituto testou outros cenários de mano a mano entre o atual presidente e nomes apoiados pelo ex-presidente:
Lula contra Michelle Bolsonaro, 44,5% a 43,4%;
Lula contra Tarcísio de Freitas, 43,9% a 40,8%;
Lula contra Ronaldo Caiado, 44,9% a 32,6%;
Lula contra Romeu Zema, 44,5% a 34,6%;
Lula contra Ratinho Junior, 44,6% a 35,3%.
O Paraná Pesquisas não testou nomes de esquerda que não fossem o do atual presidente, porque Lula será candidato em 2026, a menos que a saúde o impeça e a sua aprovação despenque de vez (o instituto também captou queda nesse quesito).
É caso de se perguntar, contudo, se Lula teria a mesma força de Jair Bolsonaro para empurrar um poste ladeira acima. Em 2018, ele conseguiu a façanha com Fernando Haddad, que deu uma disparada na reta final. Mas as circunstâncias eram completamente diferentes e aquela foi uma eleição completamente anômala, com um dos candidatos na prisão e outro vítima de um atentado, em contexto de Lava Jato.
Em condições regulares de temperatura e pressão, um poste de Lula terá de enfrentar nomes do espectro bolsonarista que vêm adquirindo brilho próprio, como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema e Ratinho Junior. Pelos resultados do Paraná Pesquisas, a coisa estaria complicada até para o próprio Lula, se a eleição fosse hoje, e não é, você aí que acha que teve o suficiente do petista.
Michelle Bolsonaro, o que pensar? Com todo o respeito, ou nem todo, vá lá, seria um desastre termos a ex-primeira dama na presidência da República. Seria como se dois erros fizessem um acerto, e não fazem. Acho difícil que ela passe pelo crivo partidário.
No entanto, fato é que, a julgar pelos resultados do Paraná Pesquisas, mais gente estaria disposta a votar válido em uma disputa entre Lula e a primeira-dama do que em um segundo turno entre o atual presidente e Jair Bolsonaro — e mais gente votaria nela do que no marido.
A porcentagem de votos brancos nulos no eleitorado feminino cairia impressionantes 5 pontos percentuais se Michelle Bolsonaro fosse candidata. Não se tem o recorte por religião. Suponho, no entanto, que as evangélicas sejam a maioria esmagadora nesse universo.
Fonte Columa Mário Sabino – Metrópoles