Pela primeira vez na história do Estado de Alagoas, uma mulher foi promovida ao mais alto posto do Corpo de Bombeiros Militar. Camila Paiva agora é coronel e compartilhou a novidade nas redes sociais.
Em um vídeo, Camila compartilhou a sua trajetória. Antes de ser promovida, Camila foi alvo de deputados estaduais dentro da Assembleia Legislativa de Alagoas.
Na época, eles criticaram a aprovação de um projeto de lei, chamaram de Lei ‘Coronel Camila’, acusaram a tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Camila Paiva, de fazer discórdia dentro da Casa, disseram que ela não tinha caráter e dignidade, além de questionarem “o que ela fez de tão importante para ser oficial?”.
E ela contou…
Ela iniciou compartilhando suas memórias de 2002, quando as portas se abriram para que mulheres pudessem ingressar no curso de oficiais do Corpo de Bombeiros. “Naquela época, com apenas 18 anos, fiz o concurso e, com muita determinação, conquistei o primeiro lugar na classificação”, relatou.
“Além disso, completei o curso como a primeira colocada da turma, o que me encheu de orgulho. Posteriormente, fui promovida, tornando-me a primeira oficial mulher da corporação”, afirmou com satisfação.
Camila Paiva também ressalta que conquistou o título de primeira mulher mergulhadora do estado. Além disso, ela é amplamente reconhecida por sua liderança no movimento “Somos Todas Marias”, que se dedicou ao combate à violência de gênero e ao assédio sexual dentro das corporações.
“Tenho dedicado meu trabalho à defesa dos direitos das mulheres, e atualmente ocupo o cargo de chefe das políticas de segurança para mulheres na Secretaria de Segurança Pública de Alagoas”, acrescentou.
A coronel enfatizou que sempre recebeu o reconhecimento por seu trabalho com gratidão. “Quando uma mulher vence, todas as outras vencem com ela”.
Paiva também ressaltou que não é por acaso que, em quase 200 anos de existência da Polícia Militar e quase 80 anos do Corpo de Bombeiros, nunca uma mulher havia sido promovida a esse posto. “Essa situação causa indignação, demonstrando a resistência e o desconforto presentes no sistema”, disse ela.
Cadaminuto P/ Raissa França