Nos últimos 12 meses a inflação acumulada no Brasil pelo IPCA (IBGE/abril de 2023) ficou em 5,29%%.
O aumento na conta energia que será cobrado de mais de 1,3 milhão de unidades consumidoras de Alagoas a partir deste domingo (28/5) será 3,3 vezes maior que a inflação – se considerado o cálculo direto.
Resolução publicada pela Aneel esta semana autoriza a cobrança da nova composição tarifária a partir do dia 28 de maio, com validade de um ano.
A tarifa residencial cobrada pela distribuidora Equatorial atualmente é de R$ 0,75 Khw e vai aumentar para R$ 0,86. O aumento médio para esta faixa de consumo será de 14,57% e será proporcional para demais tarifas residenciais, incluindo a de baixa renda.
Em Maceió o aumento será ainda um pouco maior, em função da Cosip – taxa da prefeitura de Maceió cobrada junto com a conta da equatorial que representa, em média, 15% da conta de energia. Em média o aumento real nas contas residenciais deverá chegar próximo dos 15%.
No bolso de 1,3 milhão de alagoanos
A Equatorial Alagoas tem 1,3 milhão de unidades consumidoras, com faturamento de R$ 2,43 bilhões. Em 2022, o reajuste teve efeito médio de 19,8%. A Agência Nacional de Energia Elétrica decidiu em reunião no 2 de maio prorrogar por 15 dias as tarifas da Equatorial Alagoas. O reajuste deveria ser aplicado a partir de 3 de maio.
Durante a apresentação, o representante do conselho de consumidores da concessionária, Carlindo Lins, lembrou que apesar dos índices de qualidade estarem dentro do limite regulatório, a tarifa atualmente era a sétima mais cara do país e poderia ser a quarta com o reajuste. Outro ponto sinalizado é que o PIB per capita do estado é o 26º do país e que 41% dos consumidores residenciais é de baixa renda.
Ou seja, para a Aneel, o mais pobres devem pagar mais caro para garantir os lucros dos acionistas das distribuidoras de energia desestatizadas. Justo o contrário do que começa a ocorrer na Petrobras. Mas essa é outra história.
Compare a inflação com a evolução das tarifas
Inflação medida pelo IPCA IBGE (abril de 2022 a abri de 2023): 5,29%
Reajuste médio concedido pela ANEEL para a Equatorial Alagoas: 17,59%
Amento representa 3,3 vezes a inflação do período
DP C/ Gazetaweb P/ Edivaldo Júnior