Nadadores alagoanos superam dificuldades e se tornam campeões nacionais

Estavam os dois estudantes da Rede Sesi/Senai com as medalhas das Paralímpiadas Escolares 2019 no peito. Quatro pratas com João Eduardo, de 15 anos, aluno da escola Sesi Cambona, e três bronzes com Plínio Hugo, também de 15 anos, da Escola Sesi/Senai do Benedito Bentes. Ambos fazem parte do Projeto Sesi Pessoas com Deficiência (PSPCD) e disputaram a competição em São Paulo no mês de novembro.

Cada um dos estudantes construiu uma história dentro da piscina. Plínio Hugo, por exemplo, não andava antes de aprender a nadar. Foi uma das primeiras conquistas que as piscinas facilitaram para ele. Em São Paulo, estava nervoso antes de começar a competição, mas lembrou da mãe e dos treinamentos.

“Foi ótimo, porque pude fazer novas amizades e representar o meu colégio, o meu Estado. Competi pela primeira vez e consegui trazer três medalhas. Disputei quatro provas e em três consegui medalhar”, disse Plínio.

João Eduardo e Plínio Hugo treinam cerca de três horas por dia

FOTO: JOSUE SEIXAS/FIEA

A mãe de Plínio foi quem não conseguiu segurar a emoção de ver o filho. Enquanto o ajudava e sorria ao vê-lo dentro da piscina, durante o treinamento, agradecia pela oportunidade de treinar com a equipe do Sesi, capitaneada pelo professor Pablo Lucini.

“Nós fazíamos tratamento de fisioterapia, mas ele só veio aprender a andar mesmo quando começou a treinar no Sesi. Esse estímulo, além das medalhas, serve para que ele se empolgue a participar mais das coisas, das ações do colégio. Fico muito feliz pelo meu filho”, contou Maria Quitéria.

Com quatro pratas conquistadas, João Eduardo precisou morder as medalhas para acreditar que tinha conseguido aquele resultado. “Foi a melhor experiência que tive na vida!”, comemorou. Ele também competiu nacionalmente pela primeira vez e ficou muito empolgado. “Quando saía da prova, queria saber qual o meu tempo e minha colocação. Saía com a cabeça a mil, mas depois relaxava um pouco. Sabia que as coisas tinham dado certo”.

João Eduardo, com o pai, e Plínio Hugo, com a mãe, posam ao lado do treinador Pablo Lucini

FOTO: JOSUE SEIXAS/FIEA

Segundo o pai dele, Enoque Mota, as coisas não relaxaram tanto assim. Os meninos chegaram a Alagoas em um domingo e, na segunda-feira seguinte, já queriam saber de ir treinar mais uma vez. Como as famílias não puderam viajar, todos assistiram à competição pelas redes sociais, em transmissões que contavam com interação dos familiares em grupos no WhatsApp.

“Ver meu filho nadando em uma competição nacional foi uma emoção indescritível. Assistimos pela televisão, que foi ao vivo pela internet. Foi uma emoção indescritível. Só um cara que tem um filho competindo sabe o que eu senti na hora, o que os pais e a família toda sentem. Todo mundo ficou super empolgado e feliz. Pelo que eles passam, porque o deficiente você sabe que é diferenciado, é tudo superação”, definiu Enoque.

O professor Pablo Lucini, que coordena o projeto PSPCD no Sesi Alagoas, não mediu palavras para falar dos estudantes. Além da natação, ambos treinam na equipe do basquete em cadeira de rodas e sempre chegam na hora certa dos treinamentos. Fazem questão de sair por último.

“Eles saem do colégio, comem um pouco e treinamos de 12h às 14h30. Esse é um dos horários mais puxados para o treinamento de natação. Em nenhum momento eles reclamaram ou disseram que estavam cansados… Esse é o perfil de atleta, de querer chegar, com muita força de vontade, num resultado como esse das Paralímpiadas Escolares”, declarou.

O processo para que os atletas do Projeto Sesi Pessoas com Deficiência (PSPCD) tenham um bom rendimento passa por muitas pessoas, segundo Lucini. Os meninos contam com apoio da diretoria das escolas Sesi Cambona e Sesi/Senai do Benedito Bentes para que possam treinar com tranquilidade e têm acompanhamento de nutricionistas para aumentar a eficácia dos treinamentos.

Gazeraweb

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