Em artigo, Moro é ácido com Bolsonaro e é candidato em 2022

Logo que abandonou a toga para virar ministro de Jair Bolsonaro, Sergio Moro ficou sendo visto como potencial candidato a um cargo público. Tanto que durante o tempo em que esteve no governo todas as pesquisas o apontavam como o de maior aprovação, bem acima até do presidente.

Agora, 40 dias após ter deixado o governo, confirma, com gestos e atitudes, que se transformou definitivamente em um político ao claramente fazer contraponto ao presidente ao continuar dizendo que ele não o ajudou no combate a corrupção, ao reclamar da aliança com o centrão e por permanecer criticando Bolsonaro ao repetir que ele queria usar a PF para ter informações e proteger filhos, aliados e amigos.

Pois bem, o fato novo vem com o artigo assinado por ele nesta quarta-feira (3) em O Globo. Alí está o Sergio Moro pela primeira vez  publicamente a digital do candidato a presidente da República em 2022, representando os mesmos desejos daqueles que votaram em Bolsonaro por melhor ter representado o combate a corrupção polítia e financeira, a insatisfação pela violência urbana e rural, mas que agora estão insatisfeitos com o governo federal., conforme pesquisas variadas

Sob o título “Contra o populismo”, ele diz que “Os órgãos policiais, encarregados de apurar crimes, por vezes, dos próprios governantes, não podem ficar sujeitos ao arbítrio do mandatário de ocasião. O mesmo raciocínio é válido para vários outros setores nos quais demanda-se a aplicação neutra da lei por agentes públicos, como em matéria fiscal, sanitária ou ambiental”.

“Não é o caso de falar em totalitarismo ou mesmo em ditadura, no presente momento, mas o populismo, com lampejos autoritários, está escancarado. Judiciário e Legislativo são inconvenientes quando não se dobram à vontade do Executivo”, avalia Sergio Moro.

Em outro trecho manda um recado direto ao presidente Jair Bolsonaro quando afirma que “Há espaço para todos. Não há problema na presença de militares no governo, considerando seus princípios e preparo técnico. Não há espaço, porém, para ameaçar o país invocando falso apoio das Forças Armadas para aventuras”.

Também diz que “Combater a corrupção continua sendo um objetivo primário para fortalecer a economia e a democracia, mas não se pode fazer isso enfraquecendo as instituições de controle com ameaças e interferências arbitrárias. Tampouco servem a esse objetivo a celebração de algumas questionáveis alianças políticas e a retomada de velhas práticas”.

Para ele, “Precisamos no momento de união. Há uma pandemia com número assustador de vítimas. Há a necessidade de planejar e buscar a recuperação econômica. Para tanto, políticas públicas racionais e previsíveis são imperativas. Crises diárias, ameaças autoritárias, instabilidade, ódio, divisões, nada disso é positivo”.
Afirma ainda que “Diante dos recentes questionamentos contra o governo federal, há algumas opções em aberto. Insistir no populismo, que até agora nada ajudou contra a pandemia ou para recuperar a economia, não parece ser o melhor caminho. É melhor, como outros já disseram, “colocar a bola no chão”, agir com prudência, observar a lei, respeitar as instituições, buscar o consenso necessário para combater a pandemia, assim protegendo as pessoas, bem como para recuperar empregos e a economia”.

Por fim, usa o seu provável slogan de campanha (fazera coisa certa), já utilizado outras vezes após deixar o governo, quando propõe união na crise para salvar vidas, empregos e fazer do Brasil um grande país: “Para tanto, é necessário ‘fazer a coisa certa, sempre’, sem tentações populistas ou autoritarismo. Há tempo para o governo se recuperar e é o que todos desejam. Mas precisa começar, já que a crise é grave e não permite perder mais tempo do que já foi perdido.”

Portanto, caro leitor, na minha visão, não só pelo espaço privilegiado dado pelo veículo de comunicação que sempre o tratou com extrema simpatia e o apoiou quando era juiz e ministro, o texto político bem alinhavado e alinhado escancafra que Sérgio Moro é o candidato preferido da família Marinho e de outros grandes grupos empresariais para 2022.

Contudo, até lá teremos muitos fatos para serem registrados no livro da história.

Leia o artigo publicado no O Globo aqui.

Fonte: Cada Minuto

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