Conselho de Ética da Câmara decide pela cassação do mandato de Glauber Braga

Nessa quarta-feira (9), o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu pela cassação do mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), em decorrência da acusação de agressão a um militante do MBL ocorrida em abril do ano anterior. A decisão do Conselho agora será submetida à votação no plenário da Câmara.
Após mais de seis horas de debate no colegiado, a votação sobre a cassação de Glauber Braga resultou em 13 votos a favor e 5 contrários. A sessão foi marcada por discussões acaloradas entre os deputados, críticas direcionadas ao relator, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), e tensões entre parlamentares do PSOL e da direita, com trocas de provocações.
Na época do ocorrido, em seu depoimento à Polícia Legislativa, Glauber Braga declarou que já havia sido alvo de intimidações por parte de Costenaro em ocasiões anteriores. Ele justificou sua ação de expulsá-lo da Câmara como uma reação à provocação sofrida.
Na delegacia, a situação se tornou tensa quando Braga iniciou uma discussão com o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), que também acusou o parlamentar do PSOL de tentar agredi-lo. Esse episódio foi mencionado no relatório do caso pelo relator.
O deputado do Rio de Janeiro refutou as acusações, contestou o relatório do Conselho de Ética e declarou que permanecerá na Câmara dos Deputados até a conclusão do processo, em uma espécie de “greve de fome”. Ele estava acompanhado pela deputada Luiza Erundina (PSOL-SP).
“Eu vou permanecer aqui nesta sala, permanecer no Congresso Nacional, até o final do processo. A partir de agora, não vou, até o fechamento deste processo, me alimentar”, disse, em resposta ao relatório.
Em seu relatório, o deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) afirmou haver evidências de que Glauber Braga iniciou a provocação e o acusou de quebra de decoro parlamentar devido à agressão ao militante. Em seu voto, o relator também mencionou outros incidentes controversos, como a ocasião em que Braga se referiu ao então presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), como “bandido”. Outro episódio citado no relatório foi uma discussão ocorrida durante uma sessão da Comissão de Segurança Pública.
“Em apuração, foi o representado quem abortou Gabriel Costenaro nas acusações que se seguiu com a troca de ofensas. E, por mais que o deputado Glauber argumente que repeliu uma injusta agressão, percebe-se nitidamente que ele não agiu de forma moderada”, disse Magalhães.
Após a aprovação pelo Conselho de Ética, a decisão de cassar o mandato de Glauber Braga será agora votada pelo plenário da Câmara dos Deputados. A data para essa votação ainda não foi definida.
Por redação C/ Politica Alagoana – Priscilla Nascimento