Mulher, negra, uma das poucas regentes brasileiras de orquestra, destaque da nova geração e reconhecida por seu ecletismo, excelência e rapport com orquestra e público. Esta é Alba Bomfim, violoncelista de formação e professora da Universidade Federal do Piauí (UFPI), convidada especial do Festival de Música de Penedo (Femupe), evento da Universidade Federal de Alagoas, que acontece de 24 a 26 deste mês, na bela cidade histórica banhada pelo Velho Chico.
Alba Bomfim participa pela primeira vez do Femupe e foi convidada pelo coordenador-geral do evento, Marcos Moreira, por seu trabalho consolidado na área de regência. Ela vai comandar o workshop Orquestra de Cordas. “Fiquei muito honrada com o convite do professor Marcos para participar de um festival internacional desse porte e conectado a Portugal, minha segunda casa”, afirmou.
Inserida em um universo predominantemente masculino, o da regência, a professora Alba fala que é necessário ocupar esses espaços: “Nós mulheres, em especial, negras, viemos para ficar. Do ponto de vista profissional, temos muito a agregar valores para uma sociedade mais igualitária, por meio de nossas posições de liderança. É um caminho sem volta.”
Alba é professora de regência e práticas interpretativas na UFPI desde 2012, doutora em Regência de Orquestra pela Universidade de Aveiro, de Portugal, e regente convidada em orquestras profissionais no Brasil e no exterior. “No exterior me apresentei com a BBC Concert Orchestra, de Londres, Orquestra The Dallas Opera (EUA) e a Orquestra Filarmonia das Beiras, de Portugal. No Brasil, com a Orquestra Sinfônica Brasileira, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, a Orquestra Sinfônica da Bahia, entre outras”, completou.
Prêmio
Em 2009, a professora Alba foi agraciada com o prêmio Eleazar de Carvalho, para jovens solistas e regentes. Em 2022, ela foi escolhida, por unanimidade, para ser regente da Orquestra Experimental de Repertório (OER), que integra o corpo artístico da Fundação Theatro Municipal de São Paulo.
Sobre sua participação no Femupe, Alba Bomfim fala o que espera do evento. “Minha expectativa é a melhor possível, pois já sei que há muitos jovens e adultos interessados em tocar instrumentos de cordas friccionadas [violino, viola, violoncelo e contrabaixo]. E isso pode ser constatado nas orquestras que já existem em Maceió, como a Filarmônica, a Orquestra Sinfônica da Ufal e orquestras de projetos sociais em cidades vizinhas”, ressaltou, ao revelar: “E aqui dou destaque ao trabalho da professora Débora [Borges, da Ufal], que considero de suma importância, com seu projeto inovador que é o Laboratório de Violinos, que inclui jovens e adultos em uma metodologia inclusiva no estudo de violino, que é a base de uma orquestra sinfônica, junto das violas, violoncelos e contrabaixos.”
Sobre o que os participantes inscritos para seu workshop podem esperar, a maestra diz de pronto: “Vamos realizar música viva, de compositores vivos, brasileiros e de excelência, como Clarice Assad e Dimitri Cervo”.
Agora, é aguardar para conhecer de perto o talento da professora e maestra Alba Bomfim. Sua aula será no dia 25 de outubro, das 14h às 17h, na Igreja Santa Maria dos Anjos.
Realização
O Femupe é uma realização da Ufal, por meio do Centro de Musicologia de Penedo (Cemupe) e da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proexc). Para esta 15ª edição, a Universidade conta com a parceria da Prefeitura de Penedo, do Sesc-AL, e da Sociedade Montepio dos Artistas que são correalizadores do evento. O Sebrae-AL, o Instituto do Meio Ambiente (IMA-AL), a Aliança Francesa de Maceió, a Barkley Brazil e a Água Mineral Aldebaran são os patrocinadores.
Saiba mais visitando o site do Femupe. Fique por dentro de tudo que vai rolar no Festival de Música de Penedo acompanhando também pelo Instagram @festival_musica_Penedo e do @cemupemusicologia.
Por redação C/ Simoneide Araújo