O relator da CPI, senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, defendeu um novo laudo complementar do Serviço Geológico do Brasil para garantir os direitos dos moradores dos Flexais e do Bom Parto ao afirmar que já são afetados pelo isolamento e futuramente pelo afundamento do solo. Após ouvir do diretor-presidente do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas, Gustavo Lopes, que o IMA também se valeu de relatórios da Braskem, assim como o Agência Nacional de Mineração, Rogério Carvalho ponderou que os responsáveis pela fiscalização e segurança da população não cumpriram com o seu papel.
Eu fico desolado de saber que o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas, que a Agência Nacional de Mineração, que a antiga CPRM, que era contratada pela Braskem e que a Braskem não divulgava os relatórios da CPRM, não informava de forma correta nem ao IMA. Eu fico desolado em saber que esses órgãos não dispunham em nenhum instrumento e de nenhuma ferramenta para monitorar uma mina de sal no subsolo de uma cidade.
Gustavo Lopes explicou que a legislação atual prevê que o responsável pelo empreendimento, no caso a Braskem, forneça laudos sobre a situação das cavas de sal-gema exploradas. Disse que o IMA aplicou mais de vinte multas contra a petroquímica, que somaram mais de R$ 100 milhões, uma delas por fornecer informações falsas sobre a mina 18, que colapsou. O senador Rodrigo Cunha, do Podemos de Alagoas, confirmou com o diretor-presidente do instituto que o estudo de impacto ambiental da Braskem, apresentado em 1986, desapareceu dos arquivos. Ele ressaltou que o IMA só cassou a concessão da petroquímica em 2019 após o laudo do Serviço Geológico Brasileiro comprovar a responsabilidade da Braskem. Da Rádio Senado, Hérica Christian.
Fonte rádio senado / foto reprodução revista Oeste