O que se sabe sobre a morte de Villavicencio candidato à Presidência

Candidato de centro-direita à Presidência do Equador, Villavicencio foi assassinato com três tiros na cabeça após comício eleitoral em Quito

A morte do candidato à Presidência do Equador, Fernando Villavicencio, assassinado a tiros na noite de quarta-feira (10/8), interrompeu a ascensão de um político que aparecia entre o quarto e quinto lugar nas pesquisas eleitorais. Villavicencio se considerava de centro-direita.

Villavicencio fez carreira como jornalista investigativo e denunciou casos de corrupção, como do ex-presidente Rafael Correa por crime contra a humanidade.

O que se sabe até agora

O candidato de centro-direita foi assassinado com três tiros na cabeça após participar de um comício eleitoral. O atentado aconteceu apenas duas semanas antes da eleição e chocou o Equador. Horas antes de ser morto, Villavicencio fez um discurso dizendo que não usaria colete à prova de balas, pois “a população seria seu escudo” e completou: “Que venham os chefões do narcotráfico, venham! Que venham os milicianos!”.

A autoria do atentado foi reivindicada pela facção Los Lobos, em vídeo divulgado nas redes sociais, no qual também ameaçam outros políticos.

“Toda vez que políticos corruptos não cumprirem suas promessas quando receberem nosso dinheiro, que é de milhões de dólares, para financiar sua campanha, serão dispensados. Você também, Jan Topic, mantenha sua palavra. Se você não cumprir suas promessas, você será o próximo”, anunciou o grupo de homens nas imagens.

É a segunda maior organização criminosa do Equador, de acordo com o observatório InSight Crime, com cerca de 8 mil membros, e teve origem na facção Los Choneros.

Seis suspeitos de envolvimento no assassinato de Villavicencio foram presos na noite de quarta-feira. Segundo o ministro do Interior equatoriano, Juan Zapata, todos são estrangeiros. Outro suspeito foi morto durante troca de tiros com a polícia, segundo as autoridades equatorianas.

“Em várias incursões no setor Conocoto e no sul da cidade [de Quito], foram detidos seis indivíduos: Andrés M., José N., Adey G., Camilo R., Jules C., Jhon R., todos estrangeiros”, informou.

Uma pistola, uma granada e 64 cápsulas deflagradas foram encontradas no local onde aconteceu o atentado contra Villavicencio. Além disso, um fuzil, uma submetralhadora, quatro pistolas, três granadas, quatro caixas de munições, dois carregadores de fuzil, duas motos e um veículo roubado também foram apreendidos em uma operação da Policia Nacional do Equador.

Após o ataque, Villavicencio chegou a ser levado para atendimento na Clínica da Mulher, hospital mais próximo do local do crime, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no centro de saúde.

Quem era Fernando Villavicencio?

Ele se postulava como candidato presidencial pelo Movimento Construye. Com 59 anos, era deputado na Assembleia Nacional e foi presidente da Comissão de Supervisão da Assembleia entre 2021 e 2023. Durante sua legislatura colecionou embates com grupos da oposição e governo.

Durante a sua campanha presidencial, Villavicencio propôs a criação de um Plano Nacional Antiterrorista, para combater e identificar as organizações mais perigosas que operam no país: narcotráfico, mineração ilegal, corrupção e propina.

O equatoriano se apresentava como um combatente da corrupção e do narcotráfico e usava o slogan “É hora dos corajosos”. Ele também se declarava como defensor dos povos indígenas e dos trabalhadores.

Fernando se colocava como opositor do governo de Guillermo Lasso, atual presidente do Equador.

Fonte Metrópoles

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