Nesta quarta-feira, 22 de março, é celebrado o Dia Mundial da Água, que tem como objetivo discutir temas relacionados a esse recurso natural, fundamental para a vida humana na Terra. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992.
Não há como falar sobre a água sem celebrar a vida do nosso Velho Chico. O rio, que é um dos principais do Brasil, tem uma extensão de mais de 2.800 quilômetros, percorrendo, junto aos seus afluentes, mais de 500 municípios, sendo responsável por dar água a mais de 18 milhões de brasileiros. A Bacia hidrográfica do Rio São Francisco é composta por seis estados – Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, além do Distrito Federal.
O Rio São Francisco acumula histórias ricas e interessantes, com diversas curiosidades que muitos desconhecem.
O rio foi “descoberto” pelos europeus em 1501, durante uma expedição liderada pelo explorador espanhol Vicente Yáñez Pinzón. No entanto,a história do Rio São Francisco é muito mais antiga do que isso. Os povos indígenas que habitavam a região já conheciam e utilizavam o rio há milhares de anos antes da chegada dos europeus. Naquela época, o Velho Chico levava o nome de Opará, que significa Rio-Mar.
Outra curiosidade interessante é que o Rio São Francisco foi um importante meio de transporte durante o período colonial brasileiro. No século XVIII, a navegação pelo rio era essencial para o transporte de mercadorias, principalmente ouro e diamantes, que eram extraídos nas regiões próximas.
O Velho Chico também foi palco de importantes conflitos históricos. Durante a Guerra de Canudos, em 1896, o rio foi usado como uma importante rota de fuga pelos seguidores de Antônio Conselheiro, líder da revolta popular que ocorreu na cidade de Canudos, na Bahia. Já durante a Revolução Pernambucana de 1817, o rio foi utilizado pelos revolucionários como uma forma de transporte de tropas e suprimentos.
Além disso, o Rio São Francisco é uma das principais fontes de abastecimento de água do Nordeste brasileiro, sendo responsável por irrigar milhões de hectares de terras e garantir a sobrevivência de milhões de pessoas que vivem na região. Por essa razão, o rio é considerado sagrado por muitos povos indígenas e comunidades tradicionais que habitam suas margens.
Apesar de todas as curiosidades históricas que cercam o Rio São Francisco, a região hoje enfrenta diversos desafios ambientais e sociais, como a degradação ambiental, a escassez de água e a falta de investimentos em infraestrutura e saneamento básico. Por isso, é fundamental que a preservação e o uso sustentável do Rio São Francisco sejam prioridades para garantir um futuro melhor para as comunidades que dependem dele.