Em texto assinado pelas repórteres Andreza Matais e Vera Rosa, o Estadão de hoje narra uma história típica dos tempos bolsonaristas, culminando em mais uma ameaça de golpe.
Segundo a reportagem, manchete do jornal, o general Braga Neto, ministro da Defesa, teria passado um recado ao presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, por meio de um interlocutor político: se não houver voto impresso, não vai haver eleição. E foi além: mandou que Lira avisasse “a quem interessasse”.
Lira contou este enredo a um seleto grupo, demonstrando preocupação com a situação que ele considerou “gravíssima”.
Mas o presidente da Câmara retrucou com firmeza o ministro, segundo um magistrado ouvido pela reportagem: “ O Arthur (Lira) passou um recado duro. Disse que é parceiro até para perder eleição, mas não para aventura, para ruptura.
O mesmo discurso, ressalte-se, tem sido adotado pelo presidente Bolsonaro, em mais uma tentativa de intimidar as instituições e as oposições – crescentes.
Que ele e sua turma gostariam de dar um golpe, não há dúvida, mas isso não tem amparo nem mesmo nas Forças Armadas – é o consenso geral.
As consequências para o país, inclusive internacionais, teriam um custo avassalador político e econômico.
Em tempo
Segundo o G1, o ministro Luiz Roberto Barroso disse que conversou com os dois, Lira e Braga Neto, e eles negaram a ameaça.
Não dá para imaginar que confirmariam, é claro.
Arthur Lira, no entanto, deu outro recado importante, via redes sociais:
“A despeito do que sai ou não na imprensa, o fato é: o brasileiro quer vacina, quer trabalho e vai julgar seus representantes em outubro do ano que vem através do voto popular, secreto e soberano” (sem voto impresso, pois).
blog.tnh1/RICARDO MOTA