RESPEITO É BOM E OS CASSACOS MERECEM RESPEITO É BOM E OS CASSACOS MERECEM

 

Douglas Felipe Nogueira Rocha*

Discente de Engenharia de Pesca da UFAL

Maestro da Sociedade Monte Pio dos Artistas 

 

No dia 01 de junho de 2020 após estarmos fazendo uma limpeza em uma futura área de estudos, fomos surpreendidos por um filhote de Cassaco que assustado se escondeu em um antigo armário. Curiosos, eu e meu amigo Jura, fomos verificar de perto. Para nossa surpresa, encontrava-se uma fêmea com sete filhotes do Cassaco Didelphis albiventris, ou popularmente conhecido como Gambá de Orelha Branca. Esses animais possuem diversas denominações, tais como: Sariguê ou Saruê na Bahia; Timbú, na Paraíba e Pernambuco; Cassaco, em Sergipe, Alagoas. 

Quando ouvimos falar em Gambá, automaticamente assemelhamos ao mau cheiro. Claro, que faz parte do mecanismo de defesa desses animais. Particularmente, após pegar os oito indivíduos, não senti absolutamente nenhum odor. Há um enorme preconceito sobre os Cassacos, de forma que ao vê-los a iniciativa das pessoas é matá-lo. O que é lamentável, pois são animais que tem a alimentação a base frutas, ratos, cobras peçonhentas e de insetos indesejáveis como: escorpiões, aranhas, baratas e carrapatos. Ao deixar um Cassaco vivo, você está se livrando desses animais, muitos peçonhentos ou transmissores de doenças.

O interessante é que os Gambás pertencem ao grupo dos marsupiais, o mesmo dos famosos Cangurus e Coalas. Esses animais possuem na região ventral uma estrutura em forma de bolsa, conhecida como marsúpio, onde se desenvolve o embrião. Segundo ANDRADE, PINTO e OLIVEIRA (2002), os filhotes de gambá permanecem, durante os primeiros 55 dias de vida, ligados ao mamilo que alcança o estômago dos neonatos. Somente a partir de então, os filhotes, agora com a boca inteiramente diferenciada, começam a se soltar do mamilo por alguns momentos e a ‘explorar’ o meio externo. 

Ao ter me deparado com o Cassaco, por ter conhecimentos técnicos sobre o animal, não fui abalado, o que fez com que agisse tranquilamente, o capturando e soltando em uma área de floresta com condições ambientais propícias para o desenvolvimento dos mesmos. Caso, encontre um animal desse em casa, não tente capturá-lo. O indicado é que ligue para o Corpo de Bombeiros, ou para órgãos façam o resgate seguro do animal. 

ANDRADE, A., PINTO, SC., OLIVEIRA, RS., orgs. Animais de Laboratório: criação e experimentação [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002. 388 p. ISBN: 85-7541-015-6. Available from SciELO Books .

 

AGRADECIMENTOS: Meu pai, o Maestro João Rocha e meu amigo Jura pela ajuda na captura e soltura, a Diário Penedense pela divulgação, e aos queridos Professores Cláudio Sampaio ( Buia) e Andreia Paiva pelo incentivo, conhecimento e motivação que tem passados para nós alunos, sobretudo em respeito aos animais. 

 

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