Anunciadas há mais de um mês, medidas para reduzir fila do INSS ainda não saíram

O governo federal anunciou, há mais de um mês, a contratação emergencial de 8 mil militares da reserva e servidores aposentados para agilizar a análise dos pedidos de benefícios que estão travados no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Porém, até o momento, as medidas não saíram do papel.

No final de janeiro, os benefícios pendentes de análise já passavam de 2 milhões. Um total de 1,3 milhão de pessoas estavam esperando há mais de 45 dias, prazo estabelecido por lei para a concessão do benefício.

Desses pedidos, 618.109 mil são de aposentadorias, 108.416 mil de salário-maternidade e 47.206 mil de auxílio doença.

Valéria é uma das brasileiras que aguarda, inclusive, pela liberação do seu auxílio doença. Ela só conseguiu fazer a perícia em janeiro, um mês depois da cirurgia, mas até agora continua sem resposta.

“Não recebi nada até então de benefício agora no mês de fevereiro, nem referente aos dias trabalhados de dezembro e nem aos dias de janeiro. Então, querendo ou não, tem acúmulos de contas. Eu espero que até o dia 31 de março eu possa ter um documento pelo menos dizendo que já posso voltar a trabalhar”, diz Valéria.

Processo de contratação

Para contratar os 8 mil servidores e militares, o governo precisa editar uma medida provisória (MP). Porém, após à MP, ainda é preciso que o governo publique um edital anunciando essas vagas, a remuneração e o tempo de contrato. Só depois haverá uma seleção dos candidatos que quiserem trabalhar.

Esse processo todo deve levar entre 30 a 60 dias antes do início do trabalho nas agências e na análise de benefícios. Nesta terça, ninguém da Previdência Social quis gravar entrevista. Segundo técnicos do governo, a ideia de chamar servidores aposentados para um trabalho temporário é nova e uma das razões para a demora em editar uma MP.

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