ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (21), durante sua participação em painel no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que “o pior inimigo do meio ambiente é a pobreza”.
A declaração do ministro foi dada quando ele comentava sobre a relação entre indústria e meio ambiente.
“O pior inimigo do meio ambiente é a pobreza. As pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer. Eles [pessoas pobres] têm todas as preocupações que não são as preocupações das pessoas que já destruíram suas florestas, que já lutaram suas minorias étnicas, essas coisas… É um problema muito complexo, não há uma solução simples”, declarou Guedes.
O ministro também afirmou que “todos precisamos de mais alimentos”, mas que, dependendo dos produtos químicos necessários para produzir mais alimentos, “você não tem um meio ambiente limpo”. “E essa é uma solução política. Não é simples, é muito complexa”, afirmou.
Em novembro, ao comentar os dados sobre queimadas na Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o desmatamento é uma questão “cultural” no país, e que por isso não é possível acabar com ele. Em julho, Bolsonaro também havia afirmado ser uma “grande mentira” que pessoas passem fome no Brasil, classificando a legislação ambiental do país de “psicose”.
‘Equilíbrio delicado’ entre indústria e verde
Segundo Guedes afirmou nesta terça-feira, o “primeiro nível” de preocupações no Brasil é remover o ambiente hostil para negócios em geral, “receber e recolocar todo esse conhecimento já disponível em todo o mundo” sobre inovação na indústria. “Em um país como o Brasil, estamos um pouco para trás. Para não dizer muito para trás”, afirmou.
“O povo quer ter as indústrias e os empregos. E ao mesmo tempo há uma pressão enorme para manter ‘verde’. É um equilíbrio delicado, mas estou certo de que vamos conseguir”, concluiu.
Futuro da indústria
Durante o painel em Davos, Paulo Guedes afirmou que o Brasil foi “deixado para trás” na indústria do futuro. “Perdemos essa grande onda de inovação e globalização”, disse. Para o ministro, a mudança do trabalho “com as nossas mãos” para o trabalho “com as nossas mentes” vai levar um tempo, “mas estamos correndo atrás”.
Segundo o ministro, a indústria do futuro será centrada nas pessoas, com valorização do talento e da criatividade. E o papel do governo, de acordo com ele, não é inovar, mas garantir que haja um ambiente de negócios e acadêmico que permita apropriar o conhecimento existente.
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